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Matéria na TVDefesa sobre a lei da bicicleta

Viajar com bicicleta no ônibus vai ser legalizado?

Ainda no clima do cicloturismo, uma notícia para os viajantes. Na sexta-feira retrasada, o projeto de Lei PL-6824/2010 que regulamenta o transporte de bicicleta em viagens de ônibus  foi submetida a votação na Câmara dos Deputados.

A seguir o voto do relator:

A proposição em pauta equaciona devidamente o transporte de bicicletas em ônibus que realizam viagens interestaduais e internacionais. Em primeiro lugar, porque passa a equiparar uma bicicleta a uma bagagem pessoal do passageiro. Em segundo lugar, para não sobrecarregar a transportadora, limitando o embarque de apenas uma bicicleta por passageiro, sem a necessidade de apresentação de nota fiscal.

Desse modo, a bicicleta a embarcar passa a ser considerada como um objeto de uso pessoal indispensável, seja para o deslocamento diário ao trabalho, seja para a prática desportiva ou de lazer.

Essas determinações são oportunas na medida em que o uso da bicicleta é hoje estimulado como um meio de se alcançar a mobilidade e a acessibilidade urbana, de forma a se reduzir a utilização pessoal e veículos automotores, que causam danos ao meio ambiente.

Abrindo uma nova perspectiva para facilitar o emprego da bicicleta em viagens de trabalho, turísticas ou para a participação em competições desportivas, sem ônus para os interessados ou para os transportadores, a proposição sob análise também coopera com a mplantação dos conceitos e princípios que promovem a mobilidade urbana política e ambientalmente correta.

Por todos esses aspectos, somos pela aprovação do PL nº 6.824, de 2010.

Mesmo com a aprovação, o projeto de lei ainda precisa passar por mais algumas etapas antes de entrar em vigência. Quem quiser pode acompanhar os trâmites.

BPTran orienta ciclista a andar na contramão

No dia 13 de dezembro de 2010, a BPTran publicou um informativo sobre bicicletas. Consiste em um arquivo PDF enviado por email para lista geral de todo os servidores estaduais do Paraná. São centenas de instituições das mais diversas áreas: saúde, educação, cultura, administração direta e indireta, meio ambiente, tecnologia, fazenda e por aí vai.

Confesso que alguns pensamentos passaram pela minha cabeça. Fiquei feliz ao ver que a bicicleta existe para o poder público e isso seria divulgado para milhares de pessoas em todo o estado. Fiquei curioso para saber sobre o que seria falado e finalmente senti uma pontinha de preocupação.

Infelizmente, meu pressentimento se confirmou. Além das informações contidas no informativo não terem muita relevância, havia também a seguinte frase:

Transite sempre em ciclofaixas, ou ciclovias. Na sua falta transite ao bordo da pista no sentido contrário ao fluxo de veículos.

Imediatamente redigi uma solicitação e enviei ao email do BPTran citado como autor da mensagem (bptran@pm.pr.gov.br). A mensagem não consistia de uma simples reclamação, no email eu coloquei que:

…Entretanto, mais preocupante do que incitar o descumprimento da lei, é a demonstração do desconhecimento dos cuidados mais básicos em condução de bicicleta em vias públicas urbanas. Pondo em risco, dessa forma, todos os usuários de bicicleta que vierem a seguir tal orientação.

Como não obtive resposta alguma até o dia 21 de dezembro (uma semana depois do ocorrido), resolvi tentar outros canais e registrei a seguinte solicitação na ouvidoria do estado (Atendimento-12566/2010 e Código da Consulta-10256):

No dia 13 de dezembro deste ano, foi enviado para lista de email de todos o estado do Paraná um informativo de trânsito sobre bicicletas.

Este informativo orientava o ciclista a andar na contramão. Isso além de ser contra o CTB põe em risco ciclistas e demais usuários da via.

Apesar de já ter sido solicitada a retificação, ainda não tivemos resposta do BPTran.

Solicito a publicação da errata com a devida correção

obrigado

A solicitação foi registrada em 21 de dezembro de 2010 e foi encaminhada no mesmo dia para o DETRAN. A resposta chegou apenas no dia 14 de janeiro de 2011. O que dizia? Após agradecer minha participação no aprimoramento da qualidade dos serviços públicos prestado pelo governo do Paraná e apresentar o artigo 58 do CTB que eu mesmo citei na minha mensagem inicial, fui informado que :

… Sendo assim, de forma geral o deslocamento de bicicletas deverá dar-se em sentido dos veículos, além de outras cautelas, mas de forma excepcional poderá ser convencionado pela autoridade de trânsito com circunscrição sobre a via poderá convencionar o tráfego de bicicletas na contramão de direção dos demais veículos.

Cabe por fim mencionar que serão adotadas medidas para a retificação do mencionado folder para que não cause dúvidas e não contenha informações não completamente corretas…

Trocando em miúdos:

O que a gente escreveu nem estava tão errado assim. Nós vamos corrigir o folder mas não admitiremos em público erro algum.

Fim da história !!

Bom, se alguém achar que vale a pena reforçar a reclamação, segue aqui o link para Ouvidoria do Estado. Abaixo, os dados de contato do BPTran:

Batalhão de Polícia de Trânsito-BPTRAN
Rua Antônia Reginato Vianna, 411 – Capão da Imbuia
Curitiba – PR, 82810-300, Brasil
(0xx)41 3281-1616

Apesar do equívoco já ter sido cometido, é importante termos certeza que ele será corrigido em futuras divulgações. É um grande desserviço que o próprio Batalhão de Polícia de Trânsito fique divulgando uma informação contra a lei e que põe em risco a vida das pessoas.

Ciclovias não são necessariamente boas

Ciclovia é uma palavra mágica para quem não usa a bicicleta. Você leu certo, para quem não usa a bicicleta. No Brasil, ela é geralmente vista como a panacéia para os ciclistas. E o pior, quando são inviáveis de implantar por falta de espaço ou qualquer motivo que seja, a situação está resolvida; pois o que não tem remédio, remediado está!

Mas não é exatamente assim que funciona. A ciclovia, uma via segregada para ciclistas, é apenas uma das várias medidas de incentivo à ciclomobilidade. E deve ser aplicada apenas em casos bem específicos, caso contrário, ela mais atrapalha do que ajuda. Quer saber como isso é possível?

Tirando de quem tem pouco
Muitas vezes, a ciclovia é implantada na calçada, tomando o espaço dos pedestres (em Curitiba, por exemplo, a rede inteira é assim). Isso além de gerar conflitos na circulação reduz ainda mais o exíguo espaço destinado a quem não está de carro e diminui consideravelmente a velocidade média do ciclista.

Perigo dobrado
Ao oferecer uma via de circulação diferenciada, a bicicleta fica fora do campo de visão dos motoristas. Inevitavelmente, nos cruzamentos a bicicleta precisa atravessar a rua e o risco de colisão aumenta consideravelmente.

Essas afirmações não são meros achismos. O blog VoudeBicicleta tem alguns números interessantes:

  • Cerca de 95% dos acidentes envolvendo bicicletas e carros ocorrem justamente nos cruzamentos de acordo com um relatório feito em Harvard.
  • Um estudo feito em Nova Iorque de 1996 a 2005 mostra também que acidentes com feridos graves ou mortes acontecem com maior frequência nos cruzamentos.
  • Em Copenhagen foi verificado que a implantação de ciclovias em algumas vias aumentou o número de acidentes entre carros e ciclistas nos cruzamentos em mais de 100%.

Além desses fatos, vale a pena reproduzir algumas das citações retiradas do blog Menos1Carro:

Uma Pista Ciclável paralela a uma via é extremamente perigosa. Utilizar a bicicleta neste tipo de via é análogo a utilizar o passeio. Quando este tipo de pista é só num dos lados da via, metade dos ciclistas andam contra o sentido do tráfego motorizado, tornando os cruzamentos mais perigosos.

The Dilemmas of Bicycle Planning, Schimek, Paul
Massachusetts Institute of Technology (MIT – Department of Urban Studies and Planning)

.

Pistas Bi-direccionais ao lado de uma via são extremamente perigosas.

Effective Cycling, John Forester
MIT Press, 6ª Edição, 1993, Cambridge, USA

.

Nos cruzamentos com semaforização, os ciclistas em Pistas Bi-direccionais estão 5 vezes mais em risco que a circular em coexistência. A utilização de corredores contrastantes só reduz o risco de acidente 1,5.

Safety of Cyclists at Urban Junctions
Schnull R. and Alrutz D., R262 Bundesanstalt Fur StraBenwesen, Germany 1993

.

Passeios partilhados entre peões e ciclistas ou Pistas Cicláveis, construídas ao nível dos passeios ou só pintadas sobre passeios, são uma invenção do planeamento de tráfego orientado para os carros que foi a tónica das décadas recentes. Andar de bicicleta nos passeios é perigoso em qualquer dos casos (legalizado ou não).

Projeto ”Greening Urban Transport”, 2000
The European Federation for Transport and Environment

.

É especialmente inapropriado sinalizar um passeio como via partilhada ou pista ciclável se fazer isso implicar a proibição de ciclistas de usar uma forma alternativa de servir as suas necessidades.

Guide for the Development of Bicycle Facilities”, 1999
American Association of State Highway Transportation Officials (AASHTO)

.

Ciclistas estão mais seguros quando agem e são tratados como condutores de veículos.

“Effective Cycling”, John Forester
MIT Press, 6ª Edição, 1993, Cambridge, USA

.

Um estudo recente em Helsinque mostrou que é mais seguro andar de bicicleta entre os carros que em pistas de bicicleta bi-direccionais ao longo das ruas. É difícil de imaginar que a nossa rede ciclável possa ser reconstruída. Mas em países e cidades que estão neste momento a começar a construir ciclovias, Pistas Cicláveis Bi-direccionais devem ser evitadas em arruamentos urbanos.

The risks of cycling, Eero Pasanen
Helsinki City Planning Department, 2001, Helsinque, Finlândia

Apesar de não existirem estudos nessa área aqui no Brasil, existem algumas opinões a respeito, como no artigo “Não use a ciclovia!” e o texto do engenheiro mecânico, mestre em engenharia de transportes pela Coppe/UFRJ e doutor em estudos de transportes pela Universidade de Londres, Paulo Cesar Marques da Silva publicado recentemente na Gazeta do Povo:

… As ruas são os espaços das cidades destinados à circulação de pessoas, a pé ou embarcadas em veículos… Na verdade, a rua, que comumente associamos ao espaço de circulação dos carros, só ficou assim muito recentemente. Há relatos da existência de ruas como lugares de encontros de pessoas para as mais diversas atividades desde o início da história da humanidade. Os automóveis, entretanto, com apenas um século de vida, apossaram-se delas de tal forma que não as chamamos mais de ruas se elas tiverem um uso diferente. Por sua vez, é possível que as ciclovias tenham nascido dessa ideia de apropriação das ruas. Em tese apresentada à Universidade de Kassel em 1990, Burkhard Horn mostrou como a construção de ciclovias na Alemanha do período nazista estava associada ao programa de motorização em massa, que requeria a priorização do tráfego de automóveis nas vias. O estímulo à aquisição e ao uso de automóveis teria levado o regime a investir numa medida que tirava as bicicletas das ruas.

Para velocidades e volumes moderados, o melhor é que bicicletas, automóveis e outros veículos convivam pacífica e harmonicamente.

Paulo Cesar Marques da Silva
Prof. do Depto. de Engenharia Civil e Ambiental e do Programa de Pós-Graduação em Transportes da UnB

Portanto, se você estava esperando mais ciclovias para começar a pedalar, não precisa mais esperar.

Voto Livre – Lei da Bicicleta

Essa semana eu bati um papo com o Marcos Juliano Ofenbock, um dos autores do votolivre.org. Segue abaixo o resumo da nossa conversa.

Quantos votos já foram registrados no site?
Já tem mais de 1.000, até me mandaram email avisando que tinha chegado nos 1.000. Vamos ver agora quanto tem?(tirando celular do bolso) Esse negócio é meio viciante, agora tô sempre no F5 pra ver quantos já votaram. Olhaí: 1038 (mostrando a tela do celular).

O número está de acordo com as suas expectativas?
Tinha gente que tava otimista e achava que em poucas semanas a gente ia conseguir juntar as 65.000 “assinaturas”. Eu acho que estamos indo bem, 1.000 já é gente pra caramba. Um vereador se elege muito bem com 5.000 votos. A internet é imprevisível quando isso estourar deve crescer bem mais rápido. Muitas pessoas têm nos procurado, acho que poderemos formar várias parcerias. Isso é muito importante já que estamos fazendo isso tudo sem receber nenhum recurso. Já tem uma agência de publicidade que quer conversar conosco, tem também a RPC e a OAB que mostraram interesse. A gente tá tomando cuidado porque também tem os caras que querem aproveitar para se promover. Deixar um logotipo ou alguma outra propaganda no nosso site. Aí fica complicado, a gente não quer capitalizar em cima disso e não dá pra ficar vinculando o projeto a uma empresa ou outra.

E em relação a validade dessas “assinaturas”, elas não precisam ser certificadas digitalmente?
Essa é praticamente a única crítica do projeto, não ter certificado digital. Mas hoje em dia, esses dados pessoais têm valor de contrato, já é assim quando se faz compras pela internet. É por isso que a gente pede o título de eleitor também. A gente vai mandar uma cópia para o TRE de Curitiba que pode comprovar a veracidade desses dados. É um pouco diferente de quando você passa uma lista com o CPF de muita gente que serve mais como uma pressão política. No nosso caso é um projeto de iniciativa popular, é uma lei proposta pelos próprios cidadãos.

E o projeto pode ser vetado mesmo depois de reunir as assinaturas?
Até pode, mas rejeitar uma proposta votada por mais de 65.000 eleitores é suicídio político. A primeira lei da iniciativa popular foi da CNBB contra a compra de votos. Depois de juntar mais de 1.300.000 no Brasil ela foi apresentada ao legislativo e em 41 dias o Fernando Henrique já tinha sancionado.

O votolivre.org é uma ação da ONG APELA? Qual seu envolvimento com a ONG?
Sim, foi na APELA que surgiu esse projeto. Eu faço parte da ONG desde que ela foi criada em 2006.

Como surgiu o projeto?
Olha foram 9 meses de reuniões toda semana. O Henrique (Ressel) ajudou bastante nas questões legais. Eu já conheço ele há muito tempo e a gente sempre conversava sobre esse tipo coisa. Ficávamos pensando o que podia ser feito. Pra gente é como um resgate da Ágora que tinha na Grécia antiga onde os cidadãos participavam diretamente das decisões políticas.

Por que a primeira iniciativa foi a Lei da Bicicleta?
Essa foi uma escolha estratégica. Não queríamos que se formasse um bloco contra a primeira iniciativa do site. Por isso escolhemos a bicicleta, ela encontra ressonância no coração de todo mundo. Acho que 99,9% das pessoas com quem conversei foram favoráveis a ideia.

E como foi definida o texto da proposta?
Ela foi em grande parte baseada naquele livro do Ministério das Cidades (Caderno de Referência para Elaboração de Plano de Mobilidade por Bicicleta nas Cidades). Aquele livro tem um monte de coisa! Traz tudo mastigadinho, é só implantar. A gente buscou também exemplos em outras cidades como em Floripa que já tá fazendo algumas ciclofaixas interessantes. Eu visitei também o Rio de Janeiro pra conhecer o SAMBA que já tem também em outras cidades como Blumenau.

Vocês têm alguma pretensão política com isso tudo?
Pelo contrário, a gente quer mostrar que a própria população pode legislar. Isso vai ser uma revolução. É um presente que a gente quer deixar pro Brasil. O site foi feito em código livre, quem quiser usar tá liberado. A gente tá fazendo isso em Curitiba mas a gente recebe email do Brasil todo. Estão de olho no que tá acontecendo aqui. Em alguns anos, essa pode ser uma ferramenta bem mais utilizada e que pode tornar o nosso país um lugar melhor. Eu trabalhei como pedreiro, como lavador de prato na Austrália mas eu tinha dignidade. Eu conseguia ter um cantinho pra mim e fazer minhas coisas. Na Europa eu também sentia isso. Quando voltei para o Brasil eu sabia que tinha que fazer alguma coisa. Mas as mudanças são lentas. Veja a Lei das Responsabilidades Fiscais. Antes, em cada mandato o sujeito gastava tudo que podia e não podia. Entregava o cargo e deixava tudo no vermelho. Agora só pode gastar o que arrecadar. Foi um grande avanço. Com a Lei da Iniciativa Popular a gente pode provocar uma mudança grande também.

Mas essa ferramenta pode ser usada para propor leis ‘más’ também não pode?
Eu sinceramente não acredito que isso possa acontecer. Se a bicicleta, que é inócua, dá o maior trabalho para juntar assinaturas… As leis más teriam naturalmente uma oposição popular muito grande.

Agora falando um pouco mais do Marcos Juliano.  Você já criou um esporte e descobriu uns túneis em Curitiba? Explica melhor essa história.
É, na verdade eu sou empresário. O meu negócio é o footsack. Ele foi reconhecido como esporte em 2008. Foi o sexto esporte criado no Brasil. Hoje já existem algumas Federações Estaduais.  É impressionante o que essa turma nova consegue fazer com essa bolinha. Aqui em Curitiba a gente está montando algumas quadras em logradouro público, vai ser ali no Barigui, isso é um grande avanço para popularizar o esporte.

Eu gosto muito de arqueologia também, quero até fazer uma pós(-graduação) para poder assumir como líder de expedição. Tem uns  túneis ali no Bosque Gutierrez, onde ficavam os jesuítas e também um lazareto, pode ter muita coisas escondida ali. Já pensou o impacto em alguém com 15 anos ao saber que ali pertinho da casa que ele mora podem ter tantos mistérios, quem sabe um tesouro.

Essa é uma pergunta que eu tenho que fazer. Você usa bicicleta na cidade?
Só nos fins de semana. Pra passear mesmo.

Por que você não usa? Quais são as dificuldades?
Olha eu queria usar mais mesmo. Acho que a bicicleta é perfeita na cidade. Mas não tem estrutura. As ciclovias que tão aí só ligam os parques. Se tivesse ciclofaixa e bicicletário ficava bem mais fácil. Tem dois funcionários aqui da empresa que vêm de bike, dou o maior apoio. Pra não dizer que eu ando só de carro, às vezes tenho que ir no centro buscar algo rapidinho na gráfica e já fui de bicicleta. Eu vou mais rápido do que de carro. Mas não tem onde deixar a bicicleta e eu acho perigoso andar na rua.

O que você acha que poderia ser feito?
Tinha que colocar ciclofaixa pela cidade conectando o centro. Tem que usar as canaletas do biarticulado para fazer vias para bicicletas. O pessoal técnico já tem muita informação a esse respeito, falta vontade política. Veja só aquela galera do Coletivo Interlux que foi lá e fez aquela ciclofaixa. Já tava mais que na hora de começar a implantar mais estrutura para bicicleta na cidade toda.

Marcos Juliano e Luis Claudio

Marcos Juliano e Luis Claudio

Uma curiosidade durante a entrevista. Nós acabamos descobrindo que o Marcos Ofenbock é apenas 2 semanas mais velho que eu e o advogado Henrique Ressel também nasceu no mesmo ano. E segundo um mestre indiano lhe disse, a turma que nasceu em 1977 são ARHAT (anunciadores do trovão). Resta saber se isso é uma boa coisa…

<Incluído no dia 12 de agosto às 10h46>
Neste domingo, dia 15 de agosto, vai haver o evento “Yoga pela Paz” no Parque Barigui e o pessoal do votolivre.org vai estar por lá com terminais disponíveis para quem quiser votar na hora.

Licitação do transporte prevê reajuste na tarifa de ônibus

Ontem no Jornal de comunicação da UFPR, saiu mais uma matéria sobre um possível aumento após a licitação do transporte público onde apenas uma empresa se apresentou para cada proposta.

Outras notícias como, Licitações dos ônibus não traz inovações, Contestação na Justiça e Licitação deixa tudo como está expõem com maiores detalhes algumas falhas e favorecimentos do edital milionário que foi lançado entre o ano novo e carnaval, período em que a cidade está mais anestesiada que de costume.

A Sociedad Peatonal, através do FoMUS, mobilizou diversos grupos para o debate e construiu um documento de impugnação onde eram apresentadas propostas para tornar o edital mais favorável ao usuário do transporte público e menos presa ao controle de apenas 3 empresas que terão amplos poderes para decidir o que será feito do nosso transporte público nos próximos 25 anos. Contudo, a exposição dos problemas técnicos e legais contidos no edital não foram suficientes para promover uma reação por parte da população e não mereceram resposta da URBS.

Um aumento como esse tem maior impacto na população mais pobre, mas todos serão afetados. E esse é apenas o começo dos longos 25 anos que temos pela frente. Espero estar redondamente enganado.

Projeto de lei para transporte de bicicletas

Todo mundo que viaja de ônibus com a sua bicicleta sabe que é sempre uma loteria. Algumas empresas cobram taxas abusivas para levar a bici, outras só permitem se estiverem “embaladas” e têm algumas que não aceitam levar bicicleta de jeito nenhum. Embarcar a bicicleta sem pagar nada e sem ter que implorar depende até do bom humor do motorista.

Pesquisa realizada pelo Clube de Cicloturismo em 2008 mostra que 40% dos cicloturistas utiliza o ônibus como transporte complementar durante suas viagens de bicicleta. Para o cicloturismo avançar ainda mais em nosso país, com valorização e respeito ao turista de bicicleta, alguns entraves precisam ser eliminados, e o transporte da bicicleta em ônibus é um destes empecilhos.

Denir Miranda

A tentativa de tornar uma prática comum o transporte de bicicleta em ônibus interestadual e internacional de passageiros sem que seja necessário pagar uma taxa extra é algo que vem se arrastando há anos.

Há alguns anos atrás iniciamos, através do Clube de Cicloturismo, um abaixo assinado em favor da regulamentação do transporte de bicicletas em ônibus de viagem. Alguns de vocês devem ter assinado. Depois de coletadas cerca de 5 mil assinaturas procuramos resolver a questão junto a ANTT e a ABRATI, mas não obtivemos resultados. Então foi apresentado um projeto de lei por meio do deputado Rodrigo Rollemberg que visa igualar a bicicleta à bagagem de uso pessoal do passageiro.

Rodrigo Telles
Clube de Cicloturismo

Nosso amigo Denir de Brasília vem acompanhando esse processo mais de perto. Segue abaixo uma mensagem dele com as últimas informações sobre o andamento do processo:

Chegamos num ponto crucial do processo.
O relator tem poderes quase “absolutos” sobre o PL. Ele pode sugerir aprovação, rejeição, etc.
Acho que o pior que pode acontecer é ele sugerir que a proposta entre na revisão do Código de Trânsito. Ja tem dezenas de PLs neste estágio e esta discussão vai rolar anos no Congresso (acho que o assunto “bicicletas em ônibus” não tem nada a ver com código de trânsito).

De qualquer forma, acho que vale e É importante que a gente se manifeste agora. O email do deputado é: dep.carloszarattini@camara.gov.br (que estava dando erro ontem.

Melhor fazer contato pela página da Câmara. Vamos escrever pra ele pedindo apoio e aprovação do PL diretamente, sem inclusão na revisão do Código Trânsito. O texto pode ser simples e direto. Uma sugestão:

——————————
Sr. Deputado Carlos Zarattini,

o Sr. foi indicado relator do PL-06824/2010, que estabelece procedimentos para o transporte de bicicletas nos ônibus utilizados nos serviços de transporte interestadual e internacional de passageiros.
Solicito seu apoio e aprovação da proposta, o mais rápido possível, para resolver um sério problema enfrentado rotineiramente por nós cicloturistas.
….
——————–

Se você tiver um caso seu,de problemas, cite dia, local, nome da empresa etc…
Agora é a hora de fazer pressão coletiva!!!

Denir Miranda
Transporte AtivoBrasília

Quem quiser ver todo histórico do PL acesse:
http://www.camara.gov.br/sileg/Prop_Detalhe.asp?id=466364

E quem achar que vale a pena, não deixe de ajudar.

Licitação permite tarifa de R$ 2,50

O aumento do número de carros em Curitiba tem reduzido a velocidade e o conforto do transporte público há mais de dez anos. Isso só tem gerado sobrecarga nas vias e onerado o sistema público. Infelizmente quem vai pagar essa conta é o usuário de ônibus.

Trechos da matéria publicada hoje pela Gazeta do Povo.

Tarifa de ônibus só continua no valor atual se as únicas empresas que participam da concorrência se dispuserem a dar desconto sobre o teto previsto em edital.

A licitação, a primeira na história de Curitiba, feita com 21 anos de atraso, já que desde a Cons­tituição de 1988 era obrigatória, atraiu apenas um consórcio para cada um dos três lotes em que a cidade foi dividida. Todas as em­­presas que formam os consórcios já atuam em Curitiba ou na região metropolitana.

Anistia a ciclofaixa

Cartaz de divulgação

Ciclofaixas

Esse tipo de via promove, além do respeito pela bicicleta como meio de transporte, uma medida para acalmar o tráfego, ou seja, reduzir a velocidade dos veículos motorizados. Isso tem um efeito direto na redução de acidentes e incentiva os deslocamentos a pé e de bicicleta.

Uma faixa das vias de tráfego, destinada ao trânsito de bicicletas, geralmente no mesmo sentido de direção dos automóveis e na maioria das vezes ao lado direito em mão única. Normalmente, nestas circunstâncias, a circulação de bicicletas é integrada ao trânsito de veículos, havendo somente uma faixa ou um separador físico, como blocos de concreto, entre si.

fonte: Wikipedia

As grandes vantagens em relação às ciclovias são baixo custo e menor necessidade de espaço viário. Sem contar que por não haver segregação com o resto do tráfego, a visibilidade não fica comprometida.

Ciclofaixa em Florianópolis

Ciclofaixa em Florianópolis

Por esses e outros motivos, ciclofaixas vem sendo implantadas em várias cidades. No Brasil, temos o exemplo de Florianópolis, Rio de Janeiro, Belo Horizonte , Blumenau entre outras.

Um vídeo publicado essa semana, por nossos parceiros do Street Films, mostra como as ciclofaixas estão transformando a cidade de Nova York. O vídeo está em inglês mas as imagens dizem muito. É difícil imaginar que algo como uma ciclofaixa possa ser vista de forma negativa, passível até mesmo de punição.

Pois em Curitiba, a única ciclofaixa existente foi feita pela própria sociedade civil com amplo apoio popular e divulgada para a imprensa e órgãos oficiais. Mesmo assim, a ciclofaixa foi considerada crime ambiental. E de nada adiantou os argumentos apresentados.

Esperamos o dia em que nossa cidade irá reconhecer o que é um verdadeiro crime ambiental e quem é o verdadeiro culpado que hoje em dia ainda é tratado com tapete vermelho.