Este é um daqueles assuntos que vem a tona em Curitiba somente perto das eleições. De qualquer forma, como estamos recebendo perguntas a respeito disso, vamos falar um pouco sobre isso.
Apesar do investimento intenso em Curitiba no alargamento de vias, construção de binários, vias expressas, remoção de praças e jardinetes; a velocidade média de carros e principalmente ônibus tem caído e o tamanho dos congestionamentos tem aumentado. Isso é perfeitamente compreensível se considerarmos que medidas como essas tornam cada vez mais difícil o trânsito de pedestres, ciclistas, crianças, idosos e portadores de necessidades especiais. Visto que o barulho, a poluição e o risco de acidentes aumenta consideravelmente. Isso acaba “empurrando” muita gente para o uso do transporte individual motorizado.
O objetivo principal da Zona 30 é justamente permitir que todos os não-usuários do transporte motorizado possam ter uma experiência mais agradável nas ruas e espaços públicos. Obras como essa são importantes especialmente em regiões de grande concentração de serviços e produtos e portanto naturalmente favorecem o deslocamento a pé. No Brasil já existem iniciativas como essa. Um exemplo é Copacabana no Rio de Janeiro que adotou a Zona 30 no ano passado.
É interessante notar como isso também pode favorecer os próprios motoristas, pois ao estimular os outros modais vão haver menos carros em circulação e estacionados.
Além disso, velocidades máximas mais baixas implicam em menos acelerações e desacelerações bruscas o que também facilita a fluidez dos motorizados.
Ciclistas não precisam de ciclovias e ciclofaixas se o planejamento da cidade for voltado para as pessoas.
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